Metade das escolas da cidade de São Paulo tem nota média abaixo de 5 no Ideb – o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica –, número bem menor do que o valor sugerido pela sociedade civil no Programa de Metas 2025-2028. O indicador, que vai de 0 a 10, é calculado com base em dados do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica. As informações foram publicadas nesta quinta-feira (17) pela Rede Nossa São Paulo.
São oito indicadores divulgados. Em um deles, sobre o tempo de atendimento para vaga em creche, observam-se grandes disparidades. No Alto de Pinheiros, na zona oeste, a espera foi de dois dias. No Brás, região central da cidade, esse tempo se estendeu para 28 dias.
No quesito abandono escolar no ensino fundamental da rede municipal, foi zero no bairro do Pari, na zona norte paulistana. Em Santana, também na zona norte, o valor sobe para 6,5%.
Já a nota média do Ideb para as escolas públicas do ensino fundamental teve melhor valor na Vila Mariana, na zona sul, com 7,3. O pior resultado foi verificado no Pari: 4,8.
Igor Pantoja, coordenador de relações institucionais da Rede Nossa São Paulo, comenta aspectos da desigualdade na educação pública entre os bairros:
“Bairros de classe média, classe média alta, em São Paulo, apesar de muitas vezes nem ter tanto aluno na escola pública, mas eles ainda têm os melhores indicadores. Por outro lado, claro, alguns institutos periféricos têm indicadores piores. Uma coisa que tem mudado em São Paulo é o acesso à creche”.
Em nota, a prefeitura paulistana apontou que a cidade de São Paulo tem Ideb acima da média nacional nos anos finais do ensino fundamental e melhor do que a média atual das redes municipais do Brasil. A prefeitura acrescenta que paga gratificações aos professores que atuam em unidades com alta rotatividade e em escolas de difícil acesso.
*Com reportagem de Leandro Martins